Ensaio sobre a cegueira pdf completo




















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Download Free PDF. Janna Joceli Omena. A short summary of this paper. Nele se descreve uma longa tortura. Pedido recusado. Quadro de Lucien Freud. Por isso, a sonoridade de orquestras, pianos e ou quartetos de cordas, comum ao cinema global e blockbusters foram abortadas para o filme. O desejo maior era prestigiar e conhecer o trabalho de um brasileiro a frente de atores internacionais.

Segundo por serem frutos de conflitos e movimentos sociais desenvolvidos historicamente. A arma representa o poder e, somado ao posicionamento e comportamento dos componentes daquele ala, dita quem manda e quem obedece. No meio de cegos, aquele que enxerga se permite dominar como todos os outros cegos. Como saio desta? Mas com o passar do tempo o panorama muda, e a natureza humana revela-se como toda sua ferocidade.

A cena do supermercado me lembra uma luta animal. De acordo com Bauman , p. O sanatrio vai se tornar uma pocilga, em que os cegos tateiam pisando sobre seus prprios excrementos. A razo, representada pelo pequeno ncleo que tem na mulher do oftalmologista o seu centro, ser suplantada pela selvageria dos cegos de outra ala, que tomam controle das provises e s as liberam em troca de butim.

Quando ningum tem mais com o que barganhar, chega a vez de as mulheres desempenharem seu papel: ou elas se entregam ao estupro, ou elas e todos mais morrero de fome.

Esse quadro dantesco o que a mulher do mdico pode observar em detalhe a cada momento de cada dia [ Conforme lemos, percebemos que a histria se passa em um lugar sem nome, com personagens sem nome. Rtulos sobre os quais. Saramago distingue seus personagens por suas caractersticas e particularidades. Neste contexto, Saramago mostra a face mais sombria do ser humano, em especial dos homens, nos momentos em que, literalmente, ningum est vendo o que fazem, subjugam os mais debilitados, e suas consequncias.

Durante toda a obra, Saramago mostra a degradao da humanidade, a queda moral em ritmo frentico: Os cpticos acerca da natureza humana, que so muitos e teimosos, vm sustentando que se certo que a ocasio nem sempre faz o ladro, tambm certo que o ajuda muito SARAMAGO, , p.

Mas, como tpico em suas obras, Saramago nos convida a refletir acerca de nossas prprias atitudes e nos transporta para dentro da estria, como podemos ver no trecho a seguir: Ao oferecer-se para ajudar o cego, o homem que depois roubou o carro no tinha em mira, nesse momento preciso, qualquer inteno malvola, muito pelo contrrio, o que ele fez no foi mais que obedecer queles sentimentos de generosidade e altrusmo que so, como toda a gente sabe, duas das melhores caractersticas do gnero humano, podendo ser encontradas at em criminosos bem mais empedernidos do que este, simples ladroezeco de automveis sem esperana de avano na carreira, explorado pelos verdadeiros donos do negcio, que esses que se vo aproveitando das necessidades de quem pobre.

Por meio da valorizao da mulher e sua capacidade de tolerar a dor e as adversidades, Saramago institui uma herona, a mulher do mdico. Sendo a nica que ainda v, poderia comandar todos conforme sua vontade mas, decide abdicar em favor de seu grupo, composto pelo o primeiro cego, a mulher do primeiro cego, o mdico, a rapariga dos culos escuros, o velho com a venda no olho e o rapazinho estrbico, libertando-os da opresso, como vemos no trecho em que a mulher do mdico se mistura entre as mulheres da outra ala e assassina o lder dos cegos malvados, que obrigavam as mulheres a fazerem favores sexuais em troca de comida.

Mas, ao mesmo tempo que salva os outros, a mulher do mdico sofre por ser a nica que v a todos os horrores.

Conforme mostra o dilogo abaixo, entre ela e seu esposo: Lutar foi sempre, mais ou menos, uma forma de cegueira, Isto diferente, Fars o que melhor te parecer, mas no te esqueas daquilo que ns somos aqui, cegos, simplesmente cegos, cegos sem retricas nem comiseraes, o mundo caridoso e pitoresco dos ceguinhos acabou, agora o reino duro, cruel e implacvel dos cegos, Se tu pudesses ver o que eu sou obrigada a ver, quererias estar cego, Acredito, mas no preciso, cego j estou, Perdoa-me, meu querido, se tu soubesses, Sei, sei, levei a minha vida a olhar para dentro dos olhos das pessoas, o nico lugar do corpo onde talvez ainda exista uma alma, e se eles se perderam.

Saramago, , p. O filme obteve tanto crticas positivas, como a de Ronaldo Pelli, da globo. Mas a melhor de todas as crticas provavelmente foi a do prprio Saramago, confirmando tambm a importncia da mulher na trama h na internet um vdeo amador mostrando a reao de Saramago ao terminar de assistir ao filme , segue um pequeno trecho: Ser preciso dizer que gostei, e muito, do filme?

Nunca esquecerei a tremenda emoo que experimentei ao ver passar por trs de uma janela, em fila, as mulheres que vo pagar com os seus corpos a comida que lhes havia sido sonegada, a elas e aos seus homens. Essa imagem resume, para mim, todo o calvrio da existncia da mulher ao longo da Histria. Saramago no conclui a histria, no d um final fantstico ou um felizes para sempre, pelo contrrio, o texto termina da mesma forma que comeou, misterioso, permitindo a ns, leitores, a concluso dos por qus da histria, termina com a mulher do mdico olhando, da janela, para a cidade e ao olhar para o cu e v-lo branco pensou que finalmente havia chegado sua vez, mas o medo a fez olhar novamente pra a cidade e constatar que ela ainda estava ali SARAMAGO, , p.

No h um motivo para a cegueira ter ocorrido e, muito menos, para ela ter ido embora. Enquanto lia o material para escrever este texto, encontrei diversas concluses sobre o motivo de Saramago ter escrito esta obra, um dizia que o texto era uma dura crtica sobre o estado totalitrio, outro dizia sobre a realidade de Portugal a poca entrada na Unio Europeia , outro encarava como uma dura crtica a.

Talvez Saramago quisesse o bvio, que reflitamos a respeito de nossa sociedade e de nossas atitudes, o penltimo pargrafo do livro nos d uma pista Penso que no cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que vendo, no veem SARAMAGO, , p. Ensaio Sobre a Cegueira e as narrativas bblicas: A construo de um romance atesta. Acesso em 26 set. Boscov, Isabela. Onde enxergar o horror.

Da Silva, Anderson Pires. As impurezas do branco: Ensaio sobre a cegueira como distopia positiva. Guterman, Marcos.

Ensaio sobre a Cegueira mostra o inferno da natureza humana. Meirelles, Fernando. Dirio de Blindness. Meirelles, Quico. Jos Saramago assiste Ensaio Sobre a Cegueira. Pelli, Ronaldo. Ensaio sobre a cegueira mostra o pior lado do ser humano. Saramago, Fundao. Yong-Jae, Kim. O Mundo Literrio de Jos Saramago. Pular no carrossel.

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